4 de dez. de 2009

Sessão Produções

Boa Tarde internautas!
História, esquecimento, memória. Essas são algumas das palavras que podem ser atribuídas a reportagem confeccionada pela acadêmica Raquel Jacob, para a disciplina de Redação e Expressão Oral II, ministrada pelo profesor Sandro Colferai. A repórter foi a fundo investigar e mostrar como se encontrava o Museu Rondon, situado em Vilhena. Confira essa aventura recheada de personagens históricos. Boa leitura e boa descoberta!

História esquecida: Museu Rondon amarga abandono


Nos tempos em que se vive é impossível imaginar as dificuldades encontradas por Marechal Candido Mariano da Silva Rondon para cortar, de lado a lado a selva Amazônica, entre matas, rios, pantanais, com o ataque dos mosquitos, feras, índios selvagens, doenças como malária, beribéri e tantas coisas mais. Não queimava petróleo, todo o transporte era feito em lombo de bois e canoas. Foi assim que Rondon cortou milhares de quilômetros edificando meios de comunicação e demarcando as fronteiras brasileiras com os outros países vizinhos, além de muitos outros trabalhos muito importantes para o país.

A história é contada à reportagem por Damião Moreira Nunes, um ex-funcionário da empreiteira que construiu o prédio do 5º. Bec (Batalhão de Engenharia Civil). Ele, por ocasião da obra, ficou hospedado na Casa de Rondon, há 35 anos. “Lembro-me ainda que o Rondon para Papai era o personagem mais importante da nossa história.Trabalhou por mais de cinquenta anos construindo obras com verbas do governo federal e morreu pobre, mas com toda a honra que morre um herói”, afirma.

Damião conta que quando chegou em Vilhena, observou que era uma área de campo cerrado até atingir a borda da mata, um terreno bem plano e alto, mas sem água. A estrada que ligava o local onde se hospedaram ao 5º. Bec, que deu origem a um bairro da cidade, era precária. A estrada melhorou e um dia foi asfaltada.

O homem, de família pioneira, conta como foram destruídas as linhas telegráficas feitas por Rondon e refeitas por André Zonoecê . A primeira, as próprias máquinas de terraplanagem que abriram a BR-29, em muitos trechos, ao mesmo tempo, em que abriam a estrada, destruíam a linha telegráfica. Enquanto que a segunda, foi destruída pela nova colonização, pois a grande movimentação de agricultores que derrubavam as frentes dos lotes na margem da rodovia, para a formação de lavouras e pastagens, jogavam grandes árvores sobre a linha, que caía por terra.


“Além destes fatos, o descaso, a falta de interesse pelo bem público e até mesmo, de civismo da parte de muitas autoridades constituídas, pelas obras que representam ou demarcam a história de nossa pátria, é talvez a razão mais forte deste abandono e destruição de um empreendimento monumental, que representa uma das primeiras ações de integração nacional”, argumenta.

Damião, que mora hoje em São Paulo, esteve esta semana em Vilhena. “Ao chegar hoje, em companhia do meu filho Paulo César e do sobrinho Vicente Moreira, aqui na casa do Rondon, nesta ex-estação da linha telegráfica, esta histórica casa “abandonada” onde me acampei há 35 anos, durante uma semana de trabalho, outros pensamentos me ocorreram”, diz.

O terreno onde está localizada a referida casa fica ligada a uma outra área onde se situa-se os equipamentos de observação ou rastreamento do SIVAM (Sistema de Vigilância da Amazônia). Ele salienta a diferença entre vizinhos. “Quanto desenvolvimento, tecnologia e inovações separam os nossos dias, de tantas noites sofridas, em que Rondon, com tantos problemas para pensar e resolver, muitas vezes ao lado de tarimbas ou leitos onde permaneciam alguns dos seus melhores operários, atacados de malária ou outras enfermidades, sem meios de tratamento, olhava por entre as folhagens da selva que cobriam suas barracas ou acampamentos, com tanto entusiasmo e esperança este céu azul do seu país”.

Um céu onde o Cruzeiro do Sul brilhava tão intensamente, mas nunca podia lhe dizer que dormisse em paz, pois dai há alguns anos, um tal de SIVAM, com tanta precisão e facilidade, colheria de outros equipamentos espalhados por aquele céu, tantas informações e notícias que ele, Rondon lutava desesperadamente para abrir caminhos, estender fios por entre esta selva Amazônica para transmitir as informações que o Brasil e o mundo precisava saber.

Hoje, o Museu de Rondon encontra-se em completo abandono. As poucas máquinas e objetos que restaram dos constantes saqueamentos realizados no local, estão enferrujadas e se deteriorando. O telhado não mais protege contra a chuva, por conta dos inúmeros buracos. O caseiro que ainda cuidava da Casa, foi demitido no início do ano, em uma contenção de gastos realizada pela Prefeitura. A administração municipal também foi procurada para dar explicações. De acordo com o secretário municipal de Esportes e Cultura, Natal Pimenta Jacob, foi realizado um projeto de restauração da casa, no final de 2005. Mas até o presente momento, as arquitetações não saíram do papel.

Estudante quer revitalizar museu

Um estudante do quarto ano do curso de Design Gráfico da Universidade Tuiuti do Paraná, pretende apresentar como monografia de final de curso, um trabalho de revitalização do Museu Rondon.


De acordo com Cleber Anderson da Silva, estudante de Design Gráfico no sul do país, cuja infância foi toda transcorrida nos campos de cerrado do entorno de Vilhena, a ideia de transformar em trabalho monográfico a vida do Marechal Cândido Rondon, que passou pela região na década de 1910, se materializou quando começou a pesquisar sobre a vida do desbravador.

Com a pesquisa, o acadêmico descobriu a importância que esse brasileiro tem na história das comunicações no norte do Brasil, notadamente para Vilhena. Outra motivação para a empreitada seria o descaso com que as autoridades têm tratado a preservação do museu, suas peças e o prédio em si, onde originariamente funcionava o posto telegráfico, única forma de comunicação da época com o resto do país.

Além do mais, conta Cleber, em suas pesquisas para começar a montar a peça monográfica, descobriu que no Brasil não existe nenhum local específico, como em Vilhena, onde se pode ver peças, ferramentas e aparelhos usados para a transmissão via Código Morse do então telégrafo de Rondon. O estado lastimável das peças raras, bem como a situação de abandono em que se encontra o museu, disse o estudante, o levou a imaginar um trabalho que utilizasse o design gráfico não só como ferramenta estética, mas também que fosse capaz de transformar o descaso funcional com que tem sido tratado o Museu Rondon – um patrimônio da humanidade – em um local agradável para que futuras gerações possam tomar conhecimento da importância de Rondon para toda a região norte.

A proposta de Anderson é a reforma total do prédio, a recuperação física e estética das peças que compõem o museu, a confecção de catálogos e folders sobre a vida e a obra de Rondon, com ênfase para o período passado na região de Vilhena, bem como a disponibilização de todas essas informações na rede mundial de computadores.

Obs: Esse é um trabalho acadêmico produzido em 2008 e não remete totalmente a realidade atual. Se for utilizar favor citar a fonte e a autoria.

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