Boa Noite!
Cada lugar tem uma história. Algumas são esquecidas, outras exaltadas. Hoje vamos conhecer um pedacinho de Vilhena. Um bairro chamado Bodanese. A reportagem é de Divania Rodrigues. Ela foi confeccionada para a disciplina Redação e Expressão II, ministrada pelo Professor Sandro Colferai, em 2008. Boa leitura e boa descoberta.
A saga de um pedacinho de Vilhena
Cada lugar tem uma história. Algumas são esquecidas, outras exaltadas. Hoje vamos conhecer um pedacinho de Vilhena. Um bairro chamado Bodanese. A reportagem é de Divania Rodrigues. Ela foi confeccionada para a disciplina Redação e Expressão II, ministrada pelo Professor Sandro Colferai, em 2008. Boa leitura e boa descoberta.
A saga de um pedacinho de Vilhena
(Por: Divania Rodrigues)
Mais de 30 anos e ainda pequeno. Sem grandes monumentos, prédios ou movimento – esse cantinho não é o centro de Vilhena, mas bem que poderia ter sido. De tão tranqüilo quase não foi notado ao longo dos anos. Apesar disso foi crescendo devagar, e tornou-se o lar de muitos. Um lar com grandes histórias.
Não se sabe o início exato desta saga por falta de dados oficiais. Sabe-se, porque é dito pelos mais antigos, que tudo começou quando Vilhena ainda era distrito de Porto Velho, entre 1970 e 1975. Imaginem: construiu-se no meio do nada – bem longe do povoado – um lugar que, segundo Maria José de Matos Tavares, 60, servia como sanatório para tratamento de pessoas com tuberculose.
Esse sanatório, por volta de 1978, transformou-se na Unidade Mista de Saúde da Fundação Sesp. Foi então que Maria José mudou-se com a família para Vilhena. Veio para trabalhar como enfermeira neste Hospital. A família dela foi uma das primeiras a morar ali nos arredores, na casa de apoio aos trabalhadores do Sesp. Segundo o que ela e outras pessoas relataram tudo em volta daquele pedaço de chão era mato e só existia uma “picada” para se chegar à Unidade de Saúde.
Foi só a partir da década seguinte que a fase embrionária desse cantinho da cidade começou a chegar ao fim. Por volta de 1980 a prefeitura iniciou a abertura de ruas e o loteamento das terras desde o cemitério, passando pelo Sesp, chegando à BR- 364. Então, em 1982 foi erguido às margens da BR, ainda em meio ao matagal, um posto de gasolina e uma churrascaria. E esse foi o marco do fim da gestação e o início da vida de um novo setor na cidade de Vilhena.
E data de 05 de dezembro de 1983 a regularização do loteamento chamado setor 07. Ele nasceu com 466 lotes em 36 quadras. Mas, seu batizado demorou e só foi realizado em 12 de maio de 1987. E, pela Lei Municipal nº 134/87 foi lhe dado o nome Bairro Bodanese.
Na cidade, mas em meio ao mato, sem água encanada ou luz elétrica, com poucas ruas abertas e essas sem asfalto, sem mercados ou farmácias próximas. Mesmo com essas e outras dificuldades os pioneiros foram chegando. Com a abertura do Posto Bodanese o crescimento do bairro se intensificou mais, e também começaram a surgir pelas redondezas pequenas empresas ligadas ao ramo de carros e caminhões. Em 1984, segundo Maria José, o Hospital foi desativado, diminuindo o fluxo de pessoas circulando pelo bairro. Recentemente foi tomada a decisão de se demolir o prédio do antigo Sesp para a construção de casas populares para pessoas que começaram a morar no local a cerca de uns dez anos. Falando em demolição, não se pode esquecer da antiga caixa d’água do bairro, que data na mesma época da construção do Sesp. Ela veio ao chão, mas os entrevistados nem se deram pela falta dela, aliás, nem se lembram que ela tenha existido. Talvez esse seja o resultado da destruição: o esquecimento.
Mais de 30 anos e ainda pequeno. Sem grandes monumentos, prédios ou movimento – esse cantinho não é o centro de Vilhena, mas bem que poderia ter sido. De tão tranqüilo quase não foi notado ao longo dos anos. Apesar disso foi crescendo devagar, e tornou-se o lar de muitos. Um lar com grandes histórias.
Não se sabe o início exato desta saga por falta de dados oficiais. Sabe-se, porque é dito pelos mais antigos, que tudo começou quando Vilhena ainda era distrito de Porto Velho, entre 1970 e 1975. Imaginem: construiu-se no meio do nada – bem longe do povoado – um lugar que, segundo Maria José de Matos Tavares, 60, servia como sanatório para tratamento de pessoas com tuberculose.
Esse sanatório, por volta de 1978, transformou-se na Unidade Mista de Saúde da Fundação Sesp. Foi então que Maria José mudou-se com a família para Vilhena. Veio para trabalhar como enfermeira neste Hospital. A família dela foi uma das primeiras a morar ali nos arredores, na casa de apoio aos trabalhadores do Sesp. Segundo o que ela e outras pessoas relataram tudo em volta daquele pedaço de chão era mato e só existia uma “picada” para se chegar à Unidade de Saúde.
Foi só a partir da década seguinte que a fase embrionária desse cantinho da cidade começou a chegar ao fim. Por volta de 1980 a prefeitura iniciou a abertura de ruas e o loteamento das terras desde o cemitério, passando pelo Sesp, chegando à BR- 364. Então, em 1982 foi erguido às margens da BR, ainda em meio ao matagal, um posto de gasolina e uma churrascaria. E esse foi o marco do fim da gestação e o início da vida de um novo setor na cidade de Vilhena.
E data de 05 de dezembro de 1983 a regularização do loteamento chamado setor 07. Ele nasceu com 466 lotes em 36 quadras. Mas, seu batizado demorou e só foi realizado em 12 de maio de 1987. E, pela Lei Municipal nº 134/87 foi lhe dado o nome Bairro Bodanese.
Na cidade, mas em meio ao mato, sem água encanada ou luz elétrica, com poucas ruas abertas e essas sem asfalto, sem mercados ou farmácias próximas. Mesmo com essas e outras dificuldades os pioneiros foram chegando. Com a abertura do Posto Bodanese o crescimento do bairro se intensificou mais, e também começaram a surgir pelas redondezas pequenas empresas ligadas ao ramo de carros e caminhões. Em 1984, segundo Maria José, o Hospital foi desativado, diminuindo o fluxo de pessoas circulando pelo bairro. Recentemente foi tomada a decisão de se demolir o prédio do antigo Sesp para a construção de casas populares para pessoas que começaram a morar no local a cerca de uns dez anos. Falando em demolição, não se pode esquecer da antiga caixa d’água do bairro, que data na mesma época da construção do Sesp. Ela veio ao chão, mas os entrevistados nem se deram pela falta dela, aliás, nem se lembram que ela tenha existido. Talvez esse seja o resultado da destruição: o esquecimento.
O nome de batismo foi escolhido, pois as pessoas que moravam no setor davam como referência, ao indicar endereços, o Posto Bodanese. Diziam que moravam no setor Bodanese. Então, foi mandado à Câmara Municipal projeto que nomeava o bairro como tal em homenagem a Guerino Bodanese, avô do dono do Posto. Ele havia sido madeireiro e como na época Vilhena tinha como principal atividade econômica a extração de madeira o projeto foi aprovado.
Mas, já antes do batizado do bairro havia ali uma escola, particular, de ensino infantil e fundamental. Ela foi instalada em 1986 sob o comando da Igreja Adventista. Seu nome era Centro Educacional Erick Kuipers em homenagem a um de seus fundadores. Hoje é a Escola Adventista de Vilhena.
Em 1988 é denominado pela Lei Municipal nº 181/88 de Bairro Marcos Freire o Setor 7-A, nos fundos do Bairro Bodanese. Mas, até hoje os moradores da redondeza não se dão conta da modificação. Testemunha disso é Nair Moraes de Souza Goulart, 38, que reside no Bodanese há quase vinte anos e fazia visitas como agente de saúde a moradores do setor 7-A também, por causa da confusão. Depois foi alertada que suas visitas eram só no setor 07, no Bairro Bodanese. Mas, segundo ela, se perguntar para alguém onde fica o Marcos Freire, pouca gente sabe responder. Assim como até a Rua 740, onde teoricamente acaba o Marcos Freire, a maioria das pessoas se considera morando no Bodanese, e até as correspondências de lá chegam com o nome deste bairro.
Apesar da confusão, o Bairro Bodanese, no mapa da cidade de Vilhena, tem seus limites da avenida Celso Mazutti à Tancredo Neves e da avenida Melvin Jones ao início do setor de chácaras, perfazendo um pequeno espaço no chão vilhenense.
E foi nesse pequeno espaço que em 1989 foi inaugurada a escola estadual Cecília Meireles, tendo ensino do pré à 4ª série em cinco salas de aula. Marinalva Oliveira Rocha, 40, na escola desde o início, mudou-se para o bairro em 1987 e conta que perto de sua casa havia apenas mais quatro, e que a família dela foi uma das primeiras a morar na Melvin Jones. E lembra, “às vezes ia buscar pequi pelas matas do bairro”.
Ainda no início da década de 90 o desenvolvimento do bairro ia a passos lentos. Jivan Mamédio dos Santos, 65, mudou-se para o Bodanese nessa época, depois de ter feito pesquisas sobre os lugares em que poderia morar em Vilhena. “Vi aqui um bairro tranqüilo, sem muita violência”, revela. Mas, disse que passou por muitas dificuldades e chegou a ver a esposa chorar por não haver água encanada. Segundo ele, a distribuição era feita por caminhões-pipa, e quando estes não passavam, tinham que ir buscar água no Posto Bodanese. Também disse que a energia sempre faltava e que isso era um problema.
Apesar dos pesares, os moradores do bairro Bodanese que foram entrevistados, dizem gostar muito dali pela tranqüilidade, pela relação harmônica que têm com os vizinhos e pela violência ainda não ter chegado a alarmá-los. Mas, contam suas histórias com tristeza pelo bairro não ter tanta infra-estrutura quanto os demais que surgiram na mesma época ou depois deste. Não pensam em mudar de bairro e ainda anseiam por mudanças. Pelo que se falou o Bodanese não tem uma associação de moradores, e se tem ninguém sabe dizer dela, para lutar por melhorias. Dizem os entrevistados que falta união, liderança, e que as vezes um pensa, o outro também, mas nenhum conta para o outro e tudo fica no pensamento.
Hoje os problemas com relação à água e energia no Bodanese já não são graves quanto antes. Duas ruas em seu interior são asfaltadas, assim como duas que passam à margem. Tem uma escola de ensino fundamental e médio – Cecília Meireles -, uma de ensino infantil – Noeme Barros Pereira – e a Escola Adventista. Ao longo da avenida Celso Mazutti têm comércios ligados à carros e caminhões, e na Melvin Jones algumas lojas. No interior do bairro tem um mercadinho e algumas igrejas, muitos terrenos baldios, praças verdes de chão batido e mato, casas antigas e algumas de arquitetura moderna. A prefeitura, para agora, tem um projeto para o bairro: fazer a ampliação da recém inaugurada escola Noeme Barros Pereira.
Obs: Esse é um trabalho acadêmico produzido em 2008 e não remete totalmente a realidade atual. Se for utilizar favor citar a fonte e a autoria.
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