Ser mãe não é uma tarefa fácil. E se for uma mãe, mulher, dona de casa, artesã e costureira? É impossível? Não para Dani. A jovem que você vai conhecer a seguir consegue desempenhar todas essas funções. Confira o perfil confeccionado por Nubia Alves para a disciplina de Fotojornalismo II, ministrada pela Professora Doutora Elisabeth Kimie Kitamura, em 2008.
A família e mais um
(Por Núbia Alves)
Para Daniele Domingues Vargas, 25, ser mãe é realmente padecer no paraíso. Daniele é mãe do Nicolas, 5, e da Nicole 1 ano e 4 meses de vida. Apesar da pouca idade essa jovem mulher tem a responsabilidade de manter sozinha a sua família. Dani, assim carinhosamente chamada, costuma se queixar de sua mal sucedida vida amorosa. “Nunca tive sorte em meus relacionamentos amorosos”, conta. Ela foi casada durante três anos com o pai do Nicolas, mas a convivência começou a não dar certo, vieram as brigas, o ciúme e por fim a traição que foi o principal motivo que levou Dani a pedir o divórcio.
Seu marido Alexandre aceitou a separação numa boa, mas decidiu entrar na justiça e pedir a guarda do Nicolas, alegando que a mãe não tinha condição financeira para criar o menino. “Eu sofri muito nesse período, pensei que fosse perder meu filho para sempre”,lembra com lágrimas nos olhos. Depois de algumas audiências o juiz decidiu que o melhor para o menino era ficar ao lado da mãe e que Alexandre pagasse pensão todos os meses, além de ficar com o menino nos finais de semana.
Depois desse período conturbado de sua vida, decidiu não se relacionar prolongadamente com ninguém. Procurou apenas viver aventuras como na sua adolescência, claro sem esquecer de que tinha um filho. Foi em uma dessas aventuras que engravidou de Nicole em um relacionamento complicado que durou 3 meses. O fim desse relacionamento chegou quando Dani contou para o seu namorado (ela preferiu não citar o nome) que estava grávida. O rapaz não aceitou a gravidez e foi embora da cidade.
Dani diz que ele não faz falta nenhuma na educação de sua filha, pois ela conta com a ajuda de Deus para trabalhar e garantir a seus filhos todos os direitos de serem felizes. Ela conta, com a voz trêmula, que se casou mais com o intuito de sair de casa, já que sua mãe não a trata como uma filha. “Minha mãe diz que eu não sou a filha que ela gostaria de ter tido, porque não dei a ela o orgulho de ser uma doutora. Ela não me dá carinho nem conselhos quando preciso. Mas pelo menos ela gosta dos meus filhos. Eu me sinto abandonada e nem pai eu tenho pra correr para os braços dele nessas horas”.
Desde que se separou Dani mora de aluguel com seus filhos. “Já mudei mais ou menos umas 20 vezes aqui em Vilhena” revela. Ela conta que vê em seus filhos a força necessária para lutar por uma vida melhor e a sua maior satisfação é vê-los sorrindo ou quando a chamam de mãe. “É muito mágico esses momentos, isso me revigora”, relata toda satisfeita. Dani é uma mãe coruja, protetora e procura estar presente em todos os momentos de descoberta das crianças. Ela reclama que o Nicolas passa todos os finais de semana com o pai devido a decisão judicial. “Agora, até que estou mais acostumada. Tenho a Nicole que me toma toda a atenção” diz.
Agilidade, alegria e criatividade resumem bem essa mulher guerreira que aprendeu com seus próprios erros que a vida não é um faz de conta e sim uma história real que nós mesmos escrevemos. Quando falo em ser ágil estou me referindo aos desdobramentos que essa jovem dona de casa faz em seu dia-a-dia. “Pensa. Não é fácil, ser mãe, dona-de-casa, artesã e costureira ao mesmo tempo”, afirma Dani. Pois é, mas ela tira de letra essa correria todos os dias.
Sua rotina diária começa cedo, às 6 horas já está de pé preparando o café da manhã com carinho para as crianças. Em seguida lava a louça suja na pia e depois limpa a casa numa velocidade incrível. Feitos os serviços domésticos ela vai se sentar, mas não para descansar e sim para trabalhar em sua máquina de costura ou em seus artesanatos feitos com biscuit. É aí que entra a criatividade para criar personagens que darão as caras nas suas bonecas e objetos para decorações.
Terminada a manhã é hora de levar o Nicolas à escola. Agora entra em cena mais um membro da família, a Magrela, nome carinhoso que chama seu precioso meio de transporte, a bicicleta que apesar de não estar em um ótimo estado, os leva onde precisam ir. Dani teve que fazer algumas adaptações na Magrela para conseguir transportar toda a família. Com uma cor alaranjada desbotada, uma garupa prateada improvisada onde o Nicolas senta e uma cadeirinha preta de plástico onde vai a Nicole essas foram as adaptações feitas na magrela. É assim que a Magrela os leva para diversos destinos, seja levar ou buscar o Nicolas na escola, nos passeios diários ou nos fins de semana e também quando Dani precisa resolver alguns problemas no Centro da cidade. “A Magrela é sem dúvida muito importante em nossas vidas. Se não fosse ela eu não iria conseguir realizar todas as minhas tarefas diárias. Eu a considero, sim o quarto membro da família”, afirma Dani sorrindo.
Apesar de tanta correria, todo o dia Dani reserva um tempo livre para brincar com as crianças. E aí podemos observar não mais duas crianças e sim três. É com muita garra, humildade e determinação que essa mulher vive em uma luta contínua para garantir que nunca falte nada para seus filhos e que eles vivam em um lar onde se possa dizer que ali vive uma família feliz. “Eu posso dizer que hoje eu vivo em função dos meus filhos. Tudo o que eu faço é para eles, para mim eu não existo”, afirma contente.
Obs: Esse é um trabalho acadêmico produzido em 2008 e não remete totalmente a realidade atual. Se for utilizar favor citar a fonte e a autoria.
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